O que fazer numa situação de (cyber)bullying?

Prevenir e combater comportamentos de bullying e cyberbullying é uma missão de todos, que deve ser realizada diariamente e é algo que nunca podemos desistir. Os adultos desempenham um papel absolutamente fundamental, deste modo, caso o seu filho(a)/educando(a) ou conheça alguma criança ou jovem que esteja a ser alvo de agressões verbais, físicas, psicológicas, relacionais, sexuais e/ou através de dispositivos digitais, online deve:

- em primeiro lugar, abrace-a e apoie-a, reforçando positivamente a vítima pela sua enorme coragem de ter denunciado a situação;

- de seguida, sossegue-a sobre essa situação, assegurando-lhe que, a partir desse momento, estará ainda mais atento e tudo irá fazer para que termine o mais rapidamente possível;

- dirija-se à direção da escola/agrupamento de escolas ou de outro local, caso ocorra em contextos fora do ambiente escolar (num clube desportivo, por exemplo) e procure saber se têm conhecimento do que se está a passar, caso não saibam, comunique a situação junto dos seus responsáveis, apresentando queixa por escrito (via email ou diretamente junto dos responsáveis da escola ou entidade). É sempre relevante ser por escrito porque fica registada e, para além disso, existe a obrigatoriedade das direções dos agrupamentos de escolas registem todas as situações de bullying e cyberbullying que tenham conhecimento junto da sua população escolar.

Este registo deve ser feito na plataforma da DGEstE (www.dgeste.mec.pt/sise/) mas relembro, só pode ser feito pelas direções de cada agrupamento de escolas;

- enquanto pai, mãe ou como encarregado de educação, exija a esses responsáveis que tomem todas as diligências para prevenir e combater com os comportamentos de (cyber)bullying que estão a ocorrer seja na escola ou noutro local;

- é fundamental que os responsáveis da escola (ou outro local onde ocorram esses comportamentos agressivos entre pares) convoquem os pais/mães/encarregados de educação das crianças e jovens envolvidos (vítimas e agressores) para uma reunião (este momento deverá ser em separado para evitar potenciais conflitos entre ambas as partes) e tornem claro que este tipo de ações não são de todo toleradas naquele espaço;

- a existência de um regulamento interno que contemple todas as questões relativas ao (cyber)bullying em idade escolar é essencial. Nesse documento deverá constar as principais estratégias antibullying que devem ser desenvolvidas em ambiente escolar ou outro contexto, por todos os elementos da comunidade, no sentido de promover uma real prevenção e combate, assim como, quais consequências (que devem ser essencialmente pedagógicas) para quem realiza comportamentos agressivos, intencionais e repetidos junto de colegas.

É importante realçar que, como defendo há muitos anos, suspender por uns dias o autor das agressões nunca deve ser a solução, deverão existir estratégias mais pedagógicas como a sua participação em projetos de prevenção e combate ao (cyber)bullying, atividades de integração na escola e na comunidade (nomeadamente a colaboração com entidades de cada região, como lares de 3ª idade, corporações de bombeiros, instituições de solidariedade social ou outras);

- na intervenção e com vista à resolução de situações de bullying/cyberbullying é fundamental, desde o primeiro momento da denúncia ou se tem conhecimento de tais factos, que as vítimas tal como os autores, tenham, o mais precocemente possível, acompanhamento psicológico especializado, na tentativa de alterar de modo consistente os seus comportamentos, causando o menor impacto possível na vida de todos os envolvidos.

Caso queira realizar essa denúncia diretamente para a Direção Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEste), aqui estão os contactos de cada uma das Direções Regionais: